“A Liberdade é Azul” (1993), do diretor polonês Krzysztof Kieslowski, é o nosso filme tema do 40º Encontro Cinematógrafo e Saladearte Daten, que acontece neste sábado (29/8), às 16h, através do Google Meet.
Nossos encontros virtuais acontecem às quartas e aos sábados. Os filmes indicados são assistidos com antecedência e são temas de nossas conversas! Para participar e receber por email os links especiais e as infos de nossos encontros virtuais, cadastre-se:
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NOTA DOS CURADORES
Trois Couleurs: Bleu (Três Cores: Azul, numa tradução literal). O título original é de acepção menos direta do que o título adotado no Brasil: “A Liberdade é Azul”.
Produção francesa, esse é o primeiro filme da célebre Trilogia das Cores realizada em 1993-1994 pelo diretor polonês Krzysztof Kieslowski. Os filmes seguintes (com seus títulos de lançamento no Brasil) são: “A Igualdade é Branca” e “A Fraternidade é Vermelha”. As cores, evidentemente, aludem à bandeira francesa e os títulos adaptados tomam de empréstimo os ideais iluministas da Revolução burguesa na França.
A acepção histórica e política que os títulos em português evocam, entretanto, não traduzem a dimensão narrativa e estética que a trilogia de Kieslowski realiza. Em A Liberdade é Azul, a história e a política aparecem enquanto mero substrato de uma experiência individual de subjetividade trágica, que busca na própria crise dos ideais um modo de existência.
Julie Vignon (Juliette Binoche) sobrevive ao acidente de carro que vitimou seu marido e sua filha pequena. Diante da dor da perda, ela decide enfrentar a tragédia experimentando uma liberdade radical em sua vida, recusando o luto e o choro, livrando-se de seus bens e patrimônio, evitando se ligar ao próprio passado e se afastando definitivamente das pessoas com as quais mantinha vínculos afetivos.
De fato, Música e Cores cumprem funções narrativas mas, sobretudo, dão o tom da estética do filme, que nos oferece, em meio ao drama, uma experiência sensorial impactante de atmosfera azulada. A questão da Liberdade aparece sob uma abordagem existencial e trágica, evocando questões que se ligam a uma miríade de problemas contemporâneos.
A carreira de Kieślowski, que estudou na mesma escola de cinema de Polanski e Wajda, se divide entre a primeira fase polonesa e a última fase francesa. Na Polônia, realizou documentários e, entre outros trabalhos, a importante série “Decálogo” que, inspirada nos dez mandamentos bíblicos, já apresenta a Poética das cores e o estilo imagético e pouco verbal do diretor, preocupado com temas morais, sociais e existenciais.
Por Fabricio e Camele, cineastas e curadores do Cinematógrafo.
Vamos conversar sobre “A Liberdade é Azul” neste sábado (29/8), no 40º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte Daten, que começa às 16h e acontece via Google Meet. Assista ao filme até e participe!
ENCONTROS VIRTUAIS
Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte Daten acontecem nas tardes de sábado e nas noites de quarta desde o início da quarentena, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.
Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.