“Tempo de Embebedar Cavalos” (2000), do diretor curdo-iraniano Bahman Ghobadi, é o tema de nosso 74º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte, que acontece neste sábado (27), às 16h, via Google Meet. Participe! Inscreva seu email para receber os links especiais, os acessos às salas virtuais e participar das conversas! OS EMAILS são entregues toda quarta-feira.
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NOTA DOS CURADORES
A paisagem é gélida e árida. No vilarejo cercado de montanhas e campos minados, os moradores se arriscam cotidianamente na fronteira do Irã com o Iraque, carregando seus cavalos e mulas com mercadorias de contrabando entre um país e outro. O contrabando é a única atividade possível na região, palco da devastadora guerra dos anos 1980 e habitada pelos curdos, povo milenar, fragmentado pelas fronteiras e perseguições impostas pelos novos estados e configurações de poder que dividiram a região já no século XX.
Aí se passa “Tempo de Embebedar Cavalos”, um duro drama neorrealista contemporâneo que acompanha a luta por sobrevivência de cinco crianças, irmãos órfãos que vivem na aldeia curda fronteiriça e precisam, a um só tempo, sobreviver e levantar dinheiro para os cuidados médicos de um dos irmãos, que pode não sobreviver.
A vida no lugar parece refletir a aspereza e a indiferença da paisagem que, em alguns momentos, reflete também uma beleza única. O cenário desolado de uma das regiões mais conflagradas do mundo abriga também sorrisos e esperanças de crianças em luta pela vida, em meio a conflitos locais, minas no chão, imposições de costumes difíceis e escassez material.
Bahman Ghobadi foi o diretor assistente de “O Vento nos Levará”, de Abbas Kiarostami, filme já abordado no Cinematógrafo. Em “Tempo de Embebedar Cavalos”, o primeiro filme curdo produzido no Irã, é o olhar das crianças que predomina, na mesma encruzilhada entre o real e a ficção, tal como em alguns filmes de Kiarostami. Mas Ghobadi, nascido na mesma região em que se passa o filme, torna a ficção uma experiência viva da dura realidade das crianças do Curdistão iraniano.
Por Fabricio e Mel, cineastas e curadores do Cinematógrafo.
Assista ao filme até sábado (27) e participe do nosso 74º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte. Os curadores Mel e Fabricio vão introduzir a conversa e depois abrir à participação do público. Venha compartilhar suas impressões conosco.
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ENCONTROS VIRTUAIS
Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte, em 2021, passam a acontecer nas tardes de sábado, sempre às 16h. Os encontros vêm acontecendo desde o início da quarentena, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.
Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.
Cinematógrafo na Saladearte 