“Persona”, de Ingmar Bergman, é o filme tema de nossos 65º e 66º Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte, que acontecem, o primeiro, neste sábado (5/12) e na quarta (9/12). Sábado, às 16h. Quarta, às 19h30, sempre via Google Meet. Inscreva seu email para receber os links especiais, os acessos às salas virtuais e participar das conversas!
Nossos encontros virtuais são abertos e gratuitos. Eles acontecem às quartas e aos sábados. Os filmes indicados são assistidos com antecedência e são temas de nossas conversas! Para participar e receber por email os links especiais e as infos de nossos encontros virtuais, cadastre-se:
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NOTA DOS CURADORES
por Fabricio e Mel, cineastas e curadores do Cinematógrafo
“O irrealizável sonho de existir, não o de parecer, mas o de ser”. (Frase dita à Elisabeth por sua médica).
A vasta filmografia de Ingmar Bergman (o célebre cineasta sueco filmou cerca de 40 filmes de 1945 a 2003) aborda temas religiosos e existenciais, passando pelas relações humanas e o “silêncio”, de Deus ou o mais íntimo e profundo mutismo do humano, a impossibilidade mesma de comunicação, entre outros temas essenciais, inclusive, o da relação entre artistas e a sociedade.
Em “Persona” (1966), Elisabeth Vogler (Liv Ullmann) é uma atriz que, subitamente, para de falar e se isola em uma casa de praia sob os cuidados de Alma (Bibi Andersson), uma jovem enfermeira. Ambas iniciam uma enigmática relação ao mesmo tempo fraterna, tensa e potencialmente erótica. É o primeiro de 12 filmes em que Bergman e Liv Ullmann trabalharam juntos. Bibi Andersson, por sua vez, já havia atuado em diversos filmes do diretor.
“Persona” é possivelmente um dos filmes mais amplamente discutidos da história do cinema. Sua densidade psicológica, estética e formal constituem um experimento radical que reafirma o nome de Bergman entre os grandes autores do cinema moderno. Psicologia, metalinguagem e erotismo constituem a irredutível arquitetura dramática do filme. Para Susan Sontag, é o melhor filme de todos os tempos. Pasolini o achou esplêndido, quase completamente imaterial, um “mistério”.
Em Persona, que aborda um tema caro a Bergman relacionado às dificuldades de relacionamento, os close-ups adquiriram outro significado na estética e dramaturgia do diretor: a câmera foi ficando cada vez mais próxima do rosto humano como se quisesse desvendá-lo, em busca da ‘alma’, fixando momentos de beleza germinados na angústia bergamaniana, chegando a expressar uma certa ontologia da face humana.
“Rostos em sua terrível nudez, em sua beleza muda, traduzindo sentimentos. O que interessa é a alma, o rosto e o que está por trás do rosto (…)”, como sintetizou Carlos Armando Magalhães Lopes, no livro “O Planeta Bergman”, sobre a experiência de mergulhar na obra de Ingmar Bergman. O mesmo autor assevera de modo definitivo: “…Ver um filme de Bergman é meditar, é ir o mais fundo possível no âmago do ser humano”.
Nossos encontros são abertos e participativos. O Cinematógrafo vem acontecendo como um refúgio de conversas delicadas e pensamento livre, temas urgentes e fundamentais, espaço de construção de amizades e totalmente aberto a quem chega! Compareçam!
ENCONTROS VIRTUAIS
Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte Daten acontecem nas tardes de sábado e nas noites de quarta desde o início da quarentena, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.
Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.
Cinematógrafo na Saladearte 