Nesta quarta, dia 26/abr, vamos ao nosso 140° Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte! O assunto, desta vez, é o filme “35 Doses de Rum” (2008), da diretora francesa Claire Denis.
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📒 NOTA DOS CURADORES
… A homenagem a Ozu se exprime na temática, mas, sobretudo, em algum sentimento profundo que emana do filme… Por Mel e Fabricio

Claire Denis, cineasta francesa nascida em Paris, cresceu na África colonial e assimilou, em suas obras, as questões coloniais e pós-coloniais presentes na França atual. Denis foi assistente de direção de diretores célebres, entre os quais, Wim Wenders, em “Paris, Texas” e “Asas do Desejo”. Mais tarde, ela se consagrou como grande cineasta, de identidade própria e multifacetada, que concilia, em seus filmes, lirismo e sutileza com a face mais dura da realidade contemporânea.
“35 Doses de Rum” (2008), segundo a própria diretora, nasce de uma homenagem a Yasujiro Ozu. Claire Denis se inspira na inesquecível história de “Pai e Filha” (1949), do mestre japonês, para compor, à sua própria maneira, um filme de amor e mútua solidão entre um pai e sua jovem filha. Lionel (Alex Descas), condutor de trem urbano, e Josephine (Mati Diop), estudante de antropologia, refugiam-se ternamente um no outro para se protegerem, talvez, do medo dessa solidão que ronda as pessoas e paira por sobre a vida suburbana de uma Paris pouco vista no cinema.
A homenagem a Ozu se exprime na temática, mas, sobretudo, em algum sentimento profundo que emana do filme. A relação entre Lionel e Josephine nos é mostrada de modo lacunar, decorre apenas sugestivamente, valorizando, no estilo de Claire Denis, sons, texturas, cores, gestos, momentos. Nos olhares e abraços, nos conflitos não verbalizados entre pai e filha, vamos pressentindo seus dramas, imaginando seus pensamentos e nos ligando a eles. Como no filme de Ozu, os acontecimentos da superfície vão nos desvelando um mundo emocional profundo.
É um filme de evocações e sutilezas, inescapavelmente atravessado por questões sociais, mas que transcorre sob a tensão contida da energia interior de seus personagens. De início, sabemos pouco ou nada sobre eles, mas percebemos as intensidades de seus vínculos e as situações cotidianas e seus gestos fortuitos é que nos envolvem, como cúmplices afetivos, em seus dramas.
– Por Mel e Fabricio, cineastas e curadores do Cinematógrafo.



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