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📒 NOTA DOS CURADORES
(…) uma elegia à vida, com perspectiva histórica e política, imaginação moral sobre a condição humana e um primor plástico que justifica o cinema como expressão artística tão própria. – Por mel e fabricio

Wim Wenders, Herzog, Fassbinder… expoentes do Novo Cinema Alemão, esses cineastas, além de reposicionarem o cinema alemão no cenário cultural, expuseram, cada um a seu modo, as feridas abertas de uma Alemanha recalcada pela memória do nazismo e dividida pela Guerra Fria.
“Asas do Desejo” (1987) aparece depois de “Paris, Texas”, outra obra-prima de Wenders que, de certo modo, expressa o amor do cineasta pelo cinema americano. Mas ele retorna à Alemanha para filmar essa história de Anjos atemporais que passeiam por Berlim infundindo esperança e refrigério às almas dos homens e mulheres solitários e angustiados pelas vicissitudes da vida.
Escrito em parceria com Peter Handke (ganhador do Nobel de Literatura em 2019), amigo do diretor, “Asas do Desejo” transcorre como um fluxo de consciência transcendente, em tom de meditação existencial e elegia mística, e mítica: o anjo (Bruno Ganz) enfadado da eternidade que se encanta pelas oscilações sensíveis da condição humana.
“Asas do Desejo”, entretanto, não prescinde da Poética da realidade que marca a obra de Wim Wenders. Certa solenidade lírica do filme, que evoca a influência do pensamento existencialista (aspecto da trajetória pessoal de Wenders), se equilibra com a gravidade do peso histórico que paira sobre uma Berlim cotidiana, onde todos os caminhos levam ao muro e cada cidadão se torna um “estado em si mesmo”.
Mas no caminho está o universo lúdico da arte circense, encarnado pela jovem trapezista que encanta o anjo perdido em sua errância desprovida de tempo, de cores, de dúvidas. Farto da plenitude, ele anseia se precipitar no turbilhão sensível do humano.
“Asas do Desejo” reflete a verve filosófica e literária de Wenders e Handke, a poesia de Rainer Maria Rilke e o rock visceral de Nick Cave, para compor uma elegia à vida, com perspectiva histórica e política, imaginação moral sobre a condição humana e um primor plástico que justifica o cinema como expressão artística tão própria.
Por Camele Queiroz e Fabricio Ramos, cineastas e curadores



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