O segundo longa do diretor cearense Karim Aïnouz é o tema do 93º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte, neste sábado, dia 17/jul, às 16h, como sempre, via Meet.

Participe! Inscreva seu email para receber os links especiais, os acessos às salas virtuais e participar das conversas! OS EMAILS são entregues toda quarta-feira. Abaixo, a NOTA DOS CURADORES.

📒 NOTA DOS CURADORES

por Fabricio Ramos e Camele Queiroz*

“O Céu de Suely” (2006)

O segundo longa de Karim Aïnouz, “O Céu de Suely” (2006), assim como o que o precede, “Madame Satã” (2002), mostra que o olhar talentoso do diretor cearense não se limite a abordar a ‘vida como ela é’, mas em refazê-la com os recursos do cinema. Um cinema de fluxo é atravessado pelo fluxo da vida e insinuações transcendentais.

Hermila, uma jovem de 21 anos, é de Iguatu, pequena cidade do sertão cearense. Sua paixão por Mateus a arrastou para São Paulo e, depois de dois anos, ela volta para a casa da avó, em sua cidade natal, sem Mateus, mas com o filhinho Mateuzinho. Migração e retorno, esperanças e desilusão. Hermila é nômade no terreno histórico e nômade nos sentimentos, nômade até o limite do próprio corpo que ela resolve rifar.

Hermila inventa Suely e, junto com ela, o paraíso, ou o sonho do paraíso. Um paraíso seu projetado no futuro (ficar rica e comprar uma casa). E um paraíso que ela oferta ao outro, aos homens que a desejam. O realismo sensível de Aïnouz valoriza a beleza e a intensidade: à medida que Suely sonha nós sentimos com ela o próprio desvanecimento do sonho. Mas realidade também sonha.

Num sertão encantado pela pós-modernidade, tudo se refrata e se ressignifica, como acontece com as músicas pop internacionais traduzidas para a lírica dos dramas amorosos prosaicos das beiras das estradas e postos de gasolina. Hermila é essa jovem que traduz o drama da paixão desiludida em seu próprio corpo. Seu sonho do paraíso ganha materialidade em cada gesto. Ela é a mulher contemporânea do sertão desolado, cheio de melancolia, festa e desejo. Um sertão que que não pode deixar de sonhar com o mar, mas se expande e busca abraçar o próprio céu.

* Fabricio e Mel são cineastas, pesquisadores e curadores do Cinematógrafo na Saladearte. Realizaram Mostras de Cinema como a “Cine Odé – Cinema no Terreiro”, em Ilhéus, e dirigiram juntos vários filmes, destacando-se “hera” (2012), “Muros” (2015) e “Quarto Camarim” (2017).


📌 nossos encontros são abertos e gratuitos.

PARTICIPE!

Assista ao filme até sábado (17/jul) e participe do nosso 93º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte. Os curadores Mel e Fabricio vão introduzir a conversa e depois abrir à participação do público. Venha compartilhar suas impressões conosco.

Inscreva seu email para receber os e-mails de nossos encontros, com links e infos. Os e-mails são entregues nas quartas-feiras e os encontros acontecem sempre nas tardes de sábado. A participação é gratuita, aberta a contribuições voluntárias.

Dúvidas? Entre em CONTATO conosco.

ENCONTROS VIRTUAIS

Encontros Virtuais, presenças reais!

Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte vêm acontecendo desde o início da pandemia, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.

Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.

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