Sua temática anárquica abrange desde populismo até especulação imobiliária, o que garante intensa atualidade ao filme. “A Grande Feira” (1961) é o filme tema de nosso 47º Encontro Cinematógrafo e Saladearte, nesta quarta (23), às 19h30, via Google Meet.

Filme disponível no Youtube, versão restaurada (HD), no canal do Instituto Memória Roberto Pires. Clique aqui.

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NOTA DOS CURADORES

A GRANDE FEIRA (1961), de Roberto Pires

Sua temática anárquica abrange desde populismo até especulação imobiliária, o que garante intensa atualidade ao filme.

Luíza Maranhão em “A Grande Feira”, de Roberto Pires

Cuíca de Santo Amaro, trovador da Bahia (1907-1964) anuncia: “vai acabar a Grande Feira”, com seus cabarés e sindicatos, festas e violências, amores e lutas. Tudo acontece na Salvador de 1960, quando ainda existia a grande feira de Água de Meninos.

“A Grande Feira” narra conflitos de classes, dramas sociais e histórias de amor, com uma graça que resulta da mescla entre artesania e domínio de ‘mis-en-scène’, uma estética realista e um anarquismo narrativo e temático.

Na trama, a Feira está ameaçada pelos interesses dos “tubarões” do poder, sob a máscara cobiçosa do progresso. O sindicato dos feirantes e os pequenos comerciantes não sabem como enfrentar a situação, quando Chico Diabo (Antônio Pitanga), marginal carismático e enérgico que faz jus à alcunha, toma a frente, propondo uma ideia perigosa. Enquanto isso, Maria da Feira (Luíza Maranhão), sua companheira, enfrenta seus próprios dramas. Ronny, o sueco (Geraldo Del Rey), busca aventura. E uma jovem esposa rica e entediada, Ely (Helena Ignês), se depara com suas desilusões.

Geraldo Del Rey e Helena Ignês passeando por Salvador

Dirigido por Roberto Pires (1934-2001), pioneiro que realizou o primeiro longa-metragem baiano (Redenção, 1959), inventor de lentes! autor de uma ousada ficção científica e diversos outros filmes, “A Grande Feira” é visto como uma das mais importantes obras do chamado “Ciclo Baiano de Cinema” (1958-1963), movimento importante para o Cinema brasileiro, quando a cidade de Salvador se mobilizava para a produção profissional de cinema e a Bahia e o Nordeste se tornavam o grande “estúdio a céu aberto” do país.

“A Grande Feira”, com sua anarquia e graça, acaba prenunciando o destino trágico da feira de Águas de Meninos, que – poucos anos depois, em 1964 – foi consumida por um grande incêndio, em meio às disputas de interesses que visavam a remoção da feira.

Sua temática anárquica abrange desde populismo até especulação imobiliária, o que garante intensa atualidade ao filme. Seu ritmo ágil e suas histórias marginais ainda nos brindam com a nostálgica visagem de uma Salvador de 60 anos atrás. Um grande filme!

Por Fabricio e Mel, cineastas e curadores do Cinematógrafo.


Vamos conversar sobre “A Grande Feira” no 47º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte Daten, nesta quarta (23), às 19h30, via Google Meet.

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ENCONTROS VIRTUAIS

Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte Daten acontecem nas tardes de sábado e nas noites de quarta desde o início da quarentena, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.

Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.

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