Nesta quarta, dia 27/jul, vamos ao nosso 125° Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte! Os encontros virtuais se mantém, quinzenalmente, nas noites de quarta, sempre abertos e gratuitos. A dinâmica é participativa, com condução dos curadores, os cineastas Mel e Fabricio. O assunto, desta vez, é “Agora ou Nunca” (2002), de Mike Leigh. Inscreva seu email para receber os links especiais, os acessos às salas virtuais e participar das conversas!

Confira a NOTA DOS CURADORES sobre o filme, mais abaixo.

Nossos encontros virtuais são abertos e gratuitos e acontecem nas quartas-feiras, quinzenalmente. Os filmes indicados são assistidos com antecedência e são temas de nossas conversas! Para participar e receber por email os links especiais e as infos de nossos encontros virtuais, cadastre-se! OS EMAILS são entregues no domingo anterior ao encontro.
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📒 NOTA DOS CURADORES

deixamos essa história com um sentimento difuso de esperança e amor, de desajeitada cumplicidade e alguma imprevista empatia. – Por Mel e Fabricio

Mike Leigh, dramaturgo, diretor e roteirista britânico, nos pega pela mão para acompanharmos os dramas cotidianos de três famílias da classe trabalhadora de Londres, que vivem num mesmo conjunto habitacional suburbano. Talvez o filme mais sutil de Leigh, “Agora ou Nunca” (título que desloca o original “All Or Nothing”), de 2002, subverte a célebre máxima do romance de Tolstoi e parece nos dizer: todas as famílias infelizes se parecem, mas cada uma é infeliz à sua maneira.

Os dramas das três famílias se encontram. Mas nós os entrevemos, sobretudo, pelos olhos da família Basset: Phill (Timothy Spall) é um motorista de táxi de temperamento melancólico. Sua companheira Penny é uma caixa de supermercado. Seus dois filhos, Rachel e Rory, vivem em seus próprios mundos, ela, faxineira numa casa de idosos, enfiada na leitura de romances; ele, desempregado, irritadiço e agressivo, vive entediado e de olhos fixos na TV.

A vulnerabilidade material, o trabalho que apenas afasta um pouco a pobreza, engendra outras vulnerabilidades: a inadequação de um, a desesperança de outro, a exiguidade dos diálogos, o esmorecer das relações, o desaparecimento do amor. O clima de desolação nos conduz à percepção de que a vida ali é sombria, desgostosa e deprimente, desprovida de toda graça.

Mas à medida que nos envolvemos com os dramas daquelas pessoas, começamos a vê-las sob outros prismas. Os eventos críticos, tragédias da vida cotidiana, que se abatem sobre a vida, a carregam de desolação, mas também fazem aflorar uma profusão de emoções represadas, antes inviabilizadas e reprimidas. Aquelas pessoas são tão reais quanto nós mesmos e seus dramas nos comovem não propriamente por uma chave emotiva, mas compreensiva.

Leigh, que inicia seus projetos sem roteiro, mas parte de uma premissa básica que é desenvolvida por meio da improvisação dos atores, retrata a vida comum, a vida real que se desdobra à mercê das circunstâncias concretas que derivam de um certo lastro social. O objetivo do diretor é, segundo ele próprio, apresentar “filmes emocionais, subjetivos, intuitivos, instintivos e vulneráveis”. Se partimos de um clima deprimente, deixamos essa história com um sentimento difuso de esperança e amor, de desajeitada cumplicidade e alguma imprevista empatia.

POR mel e fabricio, cineastas e curadores do Cinematógrafo.


📌 nossos encontros virtuais são abertos e gratuitos.

Participe do nosso 125º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte! Os encontros virtuais são uma ação que viemos realizando desde o início da pandemia, mas que ganharam dinâmica própria e continuam, mesmo com a retomada das sessões presenciais. Os curadores Mel e Fabricio vão introduzir a conversa e depois abrir à participação do público. Venha compartilhar suas impressões conosco.

Inscreva seu email para receber os e-mails de nossos encontros, com links e infos. Os e-mails são entregues nos domingos e os encontros acontecem nas noites de quarta-feira, quinzenalmente. A participação é gratuita, aberta a contribuições voluntárias.

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