💻 Vamos ao nosso 89º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte, neste sábado, dia 19/6, às 16h, como sempre, via Google Meet. Uma crônica sobre a solidão infantil, mas que reflete sobre o próprio cinema como mistério e artifício.

Participe! Inscreva seu email para receber os links especiais, os acessos às salas virtuais e participar das conversas! OS EMAILS são entregues toda quarta-feira. Abaixo, a Nota dos Curadores.

Nossos encontros virtuais são abertos e gratuitos. Em 2021, eles acontecem sempre aos sábados. Os filmes indicados são assistidos com antecedência e são temas de nossas conversas! Para participar e receber por email os links especiais e as infos de nossos encontros virtuais, cadastre-se! OS EMAILS são entregues toda quarta-feira:

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📒 NOTA DOS CURADORES

A complexidade de seu gênio criador, a preocupação com a beleza e o olhar para o cinema enquanto artifício e mistério. – Por Mel e Fabricio.

O Cinema participa dos fenômenos de produção de sentido sobre a realidade. É também um poderoso modo de expressão da subjetividade, cultural e individual, que produz e absorve os sentidos e imagina essa realidade abrangente, feita de tudo o que é o humano, do concreto ao metafísico, do material ao sonho. E é ainda, o cinema, um artifício prodigioso que da dissimulação produz verdades ou, pelo menos, reproduz gestos e aspectos humanos verdadeiros.

O cinema chileno de Raúl Ruiz (1941-2011), embora não se reduza a uma concepção de cinema, abrange essa poética da subjetividade que eleva o real a níveis mais profundos. Teremos uma ideia disso em “Crônica da Inocência” (2000), um drama de mistério que põe em questão sua própria condição de artifício. Solidão infantil, inseguranças psicológicas, mistérios sobre a vida e a morte. São todos temas que atravessam o filme. Mas não passaremos ao largo de uma reflexão sobre o próprio artifício do cinema.

Isabelle Huppert é Ariane, mãe de Camille, garoto imaginativo que no dia do seu aniversário de 9 anos, passa a dizer que quer encontrar sua “mãe verdadeira” e ir para o seu “lar de verdade”, causando estranheza e uma crescente perturbação em sua família. Com sua câmera de vídeo, Camille registra (ou dirige?) certos acontecimentos que se relacionam com um objetivo na sua vida: transformar as bases de seu próprio mundo.

Raúl Ruiz foi um cineasta profícuo e multifacetado. Realizou cerca de cem filmes, muitos de baixo orçamento e estilo experimental, alguns épicos e outros com a presença de grandes estrelas do cinema. Fez parte da geração de cineastas chilenos politicamente orientados (como Patrício Guzmán, diretor de “Nostalgia da Luz”, já discutido no Cinematógrafo), mas se diferenciava, desde o início, incorporando em sua vasta obra aspectos oníricos, o mistério, um olhar surrealista e uma inquietação sobre os modos de contar uma história.

Era também, como outros dessa geração chilena, um cineasta exilado. Fugiu para a França em 1973, por causa do golpe de estado que matou o presidente Salvador Allende e instaurou o regime militar e a violenta ditadura de Pinochet.

Premiado e reconhecido, ganhou a admiração da crítica e de cinéfilos do mundo inteiro. Nos anos 1990, trabalhou com atores e atrizes como Catherine Deneuve, John Hurt, Marcello Mastroianni. O americano John Malkovich esteve em “O Tempo Reencontrado”, adaptação de Ruiz de “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

Seu primeiro longa foi “Três Tigres Tristes”, de 1968, que se remete ao livro homônimo do escritor cubano Guillermo Cabrera Infante. Um cineasta literário, até certo ponto. Ruiz admitia isso, mas também pensou a sua própria teoria do cinema e exprimiu em livro a sua poética do cinema. “Crônica da Inocência” é um só filme em sua vasta filmografia, mas reflete com vigor e sutileza a complexidade de seu gênio criador, a preocupação com a beleza e o olhar para o cinema enquanto artifício e mistério.

Dos curadores.


📌 nossos encontros são abertos e gratuitos.

PARTICIPE!

Assista ao filme até sábado (19/jun) e participe do nosso 89º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte. Os curadores Mel e Fabricio vão introduzir a conversa e depois abrir à participação do público. Venha compartilhar suas impressões conosco.

Inscreva seu email para receber os e-mails de nossos encontros, com links e infos. Os e-mails são entregues nas quartas-feiras e os encontros acontecem sempre nas tardes de sábado. A participação é gratuita, aberta a contribuições voluntárias.

ENCONTROS VIRTUAIS

Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte, em 2021, passam a acontecer nas tardes de sábado, sempre às 16h. Os encontros vêm acontecendo desde o início da quarentena, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.

Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.

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