Neste sábado, 10 de abril, os nossos Encontros Virtuais completam um ano! Jamais poderíamos prever que, depois de um ano, estaríamos enfrentando o pior momento da pandemia, num país sem direção governamental e com números estarrecedores de mortes por covid-19. Acreditamos, apesar das duras circunstâncias, que o cinema contribui para pensarmos aspectos fundamentais da vida e seus problemas e, quem sabe, criarmos as condições para transformar realidades. O Cinematógrafo é, antes de tudo, um espaço solidário de convivência, cujas presenças reais promovem aproximações em tempos de distanciamento social.

O Filme de nosso 80º Encontro Virtual é “A Ponte das Artes”, que já foi tema de encontro anterior. Retomamos o filme de Eugène Green porque ele expressa, artisticamente, a conexão espiritual entre os seres por meio da aventura do conhecimento, aventura que orienta o Cinematógrafo, tanto conceitualmente quanto em nossa experiência concreta. Nosso 80º Encontro é sábado, 10 de abril, às 16h, via Google Meet.

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Nossos encontros virtuais são abertos e gratuitos. Em 2021, eles acontecem sempre aos sábados. Os filmes indicados são assistidos com antecedência e são temas de nossas conversas! Para participar e receber por email os links especiais e as infos de nossos encontros virtuais, cadastre-se! OS EMAILS são entregues toda quarta-feira:

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NOTA DOS CURADORES

Por fabricio e camele, cineastas e curadores do Cinematógrafo

Destoando do realismo e do naturalismo despojado predominantes no cinema de arte que vem sendo feito neste século, Eugène Green desloca a busca da especificidade da imagem cinematográfica para a presença da palavra e o poder do signo: para o diretor, toda imagem, essencialmente, se constitui como um signo que busca uma palavra.

Em “A Ponte das Artes”, de 2004, o diretor constroi uma representação que busca expressar o sentido profundo da arte: a conexão espiritual entre os seres que vivifica o mistério da natureza através da criação, da sensibilidade, da emoção em relação com o pensamento.

Narrativamente, o filme é simples: uma história de amor impossível entre dois jovens que nunca conseguem se encontrar. Sarah (Natacha Régnier) é cantora lírica de música barroca, sob a direção de um homem cruel, o Inominável. Já Pascal (Adrien Michaux), estudante desiludido com seus estudos e seu mestrado, busca um sentido para a vida.

O Cinema, para Green, é “a arte metafísica por excelência, porque ele leva o espectador a uma apreensão do espírito a partir de uma captação da matéria”. Essa visão metafísica do cinema traz para o centro da concepção de Arte uma dimensão que pode ser expressa numa palavra em desuso nos tempos atuais: “espiritual”, que evoca a presença do sagrado e o poder do mistério.

Tributário, em algum grau, do cinematógrafo de Bresson e do singular artificialismo de Manoel de Oliveira, algo em bo estilo de Green remete a Ozu, em especial, o olhar frontal das personagens para “nós”. Seu cinema, entretanto, manifesta uma ideia conceitual própria de cinema, conjugando simplicidade e um rigoroso formalismo com fins de produzir uma sintaxe cinematográfica extemporânea.

“A Ponte das Artes” é um filme que seduz primeiro pela palavra, pelo texto preciso que empresta à austeridade dramática uma força encantadora, cheia de sutileza e equilíbrio! A concepção de cinema de Green, devota da mística Barroca, torna seus filmes bonitos e expressivos dando-nos a fascinante sensação de estarmos diante de uma joia preciosa que transcorre no tempo.


PARTICIPE!

Assista ao filme até sábado (10/ABR) e participe do nosso 80º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte. Os curadores Mel e Fabricio vão introduzir a conversa e depois abrir à participação do público. Venha compartilhar suas impressões conosco.

Inscreva seu email para receber os e-mails de nossos encontros, com links e infos. Os e-mails são entregues nas quartas-feiras e os encontros acontecem sempre nas tardes de sábado. A participação é gratuita, aberta a contribuições voluntárias.

ENCONTROS VIRTUAIS

Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte, em 2021, passam a acontecer nas tardes de sábado, sempre às 16h. Os encontros vêm acontecendo desde o início da quarentena, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.

Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.

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