ATUALIZAÇÃO: tivemos que adiar o nosso 94º Encontro para o sábado seguinte, dia 31/7. Até lá!
“La Teta Asustada” (2009), da diretora peruana Claudia Llosa, é o tema do 94º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte, sábado, dia 31/jul, às 16h, como sempre, via Meet.
Participe! Inscreva seu email para receber os links especiais, os acessos às salas virtuais e participar das conversas! OS EMAILS são entregues toda quarta-feira. Abaixo, a NOTA DOS CURADORES.

NOTA DOS CURADORES
por Fabricio Ramos e Camele Queiroz*
“La Teta Asustada” (2009)

“La Teta Asustada”, da diretora peruana Claudia Llosa, é um filme fundamentalmente sobre o medo e sua superação. Um medo prefigurado pela condição da mulher em meio da história de violência e instabilidades políticas na América do Sul.
O título do filme faz referência a uma crença de povos tradicionais andinos: as mulheres violentadas carregariam uma espécie de maldição que seria transmitida às filhas mulheres por meio do leite materno. Fausta (Magaly Solier), vive em um paupérrimo povoado ao redor de Lima, habitado por gente simples, falantes do quíchua e crentes nas tradições e folclores populares da região. De repente, ela se vê obrigada a enfrentar seu medo visceral diante do mundo (e dos homens) na sua luta por dignidade e seu esforço para viver a própria vida, superando a “doença do medo” entranhada em seu ser pela violência sofrida por sua mãe.
A mescla de culturas e as mestiçagens que dela resultam é um fenômeno vivo e intenso que cresce a cada dia no mundo todo. Um fenômeno atual e histórico, nada recente, que tem posto dúvidas em nossas ideias sobre a temática. “La Teta Asustada” é uma obra atravessada pelas complexidades desse problema. A atuação resignada de Solier, as festas populares, a sonoridade do quíchua, as margens áridas de Lima e as relações materiais e simbólicas com a “ocidentalidade” formam um conjunto de elementos que situam sobretudo a mulher peruana (e latino-americana) no labirinto de uma solidão própria e profunda que carrega no corpo o ajuste de contas com a história.
“La Teta Asustada”, produção hispano/peruana de baixo orçamento, encantou público e crítica. Foi o indicado ao Oscar pelo Peru em 2009 e venceu prêmios importantes como o Urso de Ouro do Festival de Berlim e vários Kikitos no festival de Gramado.
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* Fabricio e Mel são cineastas, pesquisadores e curadores do Cinematógrafo na Saladearte. Realizaram Mostras de Cinema como a “Cine Odé – Cinema no Terreiro”, em Ilhéus, e dirigiram juntos vários filmes, destacando-se “hera” (2012), “Muros” (2015) e “Quarto Camarim” (2017).
nossos encontros são abertos e gratuitos.
PARTICIPE!
Assista ao filme até sábado (31/jul) e participe do nosso 94º Encontro Virtual Cinematógrafo e Saladearte. Os curadores Mel e Fabricio vão introduzir a conversa e depois abrir à participação do público. Venha compartilhar suas impressões conosco.
Inscreva seu email para receber os e-mails de nossos encontros, com links e infos. Os e-mails são entregues nas quartas-feiras e os encontros acontecem sempre nas tardes de sábado. A participação é gratuita, aberta a contribuições voluntárias.
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ENCONTROS VIRTUAIS

Os Encontros Virtuais Cinematógrafo e Saladearte vêm acontecendo desde o início da pandemia, sempre com um filme diferente sugerido pelos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e que pode ser visto online, em casa, a qualquer hora antes do encontro. As conversas acontecem via Google Meet e são participativas. A ação é gratuita, aberta e não tem fins comerciais.
Acompanhem o Instagram e Facebook do Cinematógrafo para ficar por dentro de nossa programação de Encontros Virtuais, que acontecerão durante todo o período em que as salas de cinema precisarem ficar fechadas por conta do distanciamento social necessário para conter a disseminação do coronavírus.