Nesta quarta, 13 de setembro de 2023, vamos ao nosso 148° Encontro Virtual Cinematógrafo. O assunto, desta vez, é “Sonho em Outro Idioma” (2017), do diretor mexicano Ernesto Contreras.

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📒 NOTA DOS CURADORES

uma experiência de encantamento, mesmo diante da do fim. Será o fim?  – Por Mel e Fabricio

O que a nossa língua diz de nós e de nosso imaginário? Que mundos ela oculta? Que mundos revela? “Sonho em Outro Idioma” (2017), quarto longa do diretor mexicano Ernesto Contreras, é sobre extinção e as razões e desrazões que levam ao desaparecimento de culturas e línguas e, com elas, de mundos e mistérios. O filme participa de um movimento maior do cinema latino-americano (lembremos do colombiano “O Abraço da Serpente”) que se remetem ao imaginário indígena e aos mundos que o desencanto da modernidade silencia.

Martin é um jovem linguista que chega em algum lugar da floresta do sul do México para estudar a língua Zikril, que está em vias de desaparecimento. Restam somente dois falantes da língua, ambos já em idade avançada: Isauro, um eremita visto como louco e que não fala outra língua; e Evaristo, um homem respeitado e ranzinza, falante também do espanhol. Os dois eram grandes amigos na juventude, mas um acontecimento encerrou cedo a amizade e eles não se falam há mais de cinquenta anos.

O esforço de Martin para convencer a ambos a se encontrarem e conversarem em Zikril, na tentativa de resguardar o que pode ser a última manifestação viva daquela língua, se converte numa interferência na vida daqueles homens e acaba por disparar conflitos que desvelam segredos do passado e ativam intensos dramas no presente, ultrapassando os limites da língua para penetrar nas conexões e relações humanas. Antes de comentários sociais e políticos, o filme transcorre como uma fábula sobre amor e aceitação em torno daqueles sujeitos e de seus contextos históricos, atuais e ancestrais, mágicos e trágicos.

O substrato da trama alude à situação colonial, refletindo a história de muitos povos indígenas obrigados a assimilar a cultura do colonizador e ao apagamento de suas identidades e de seus imaginários próprios que, talvez, nenhuma outra língua possa traduzir, como os mistérios do “El Encanto”, que tanto impressiona Martin. Oscilando entre o tema antropológico e a poética do realismo mágico, “Sonho em Outro Idioma” oferece uma experiência de encantamento, mesmo diante da do fim. Será o fim?

– Por Mel e Fabricio, cineastas e curadores do Cinematógrafo.


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