Os curadores do Cinematógrafo, Mel e Fabricio, conduzem a conversa da sessão de abertura, no domingo, dia 3. Mostra Filmíticos acontece na Saladearte Ufba durante a Ram – Reunião de Antropologia do Mercosul 2025 – propondo diálogo entre mitologia, antropologia e cinema


De 3 a 8 de agosto de 2025, Salvador recebe a segunda edição da Mostra Filmíticos: a lógica do sensível e outras variações míticas, com sessões sempre às 19h na Saladearte Cinema da UFBA. A primeira edição do evento aconteceu em Porto Alegre, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e contou com uma exposição, conferências com nomes como Manuela Carneiro da Cunha e Patrice Maniglier, e a mostra de filmes, agora, trazida para Salvador.
Com curadoria de Jonatas Rubert e Juliana Costa, e coordenação do professor Vítor Queiroz (PPGAS/UFRGS), a mostra é parte do Circuito Mitológicas, que celebrou os 60 anos da obra As Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, marco fundamental da antropologia estrutural. A iniciativa integra a programação oficial da Reunião de Antropologia do Mercosul (RAM) e oferece uma rica imersão no universo dos mitos, dialogando com os campos do cinema, da antropologia e das cosmologias indígenas e afro-diaspóricas.
A Mostra, em Salvador, é resultado de uma parceria com o Circuito de Cinema Saladearte e com o Cinematógrafo, um conjunto de ações de encontros de cinema que vem sendo realizado há 9 anos pelos cineastas e curadores baianos Fabrício Ramos e Camele Queiroz, que abraçaram a ideia desde o início e atuarão como mediadores da sessão de abertura, que apresenta três curtas-metragens brasileiros.
A programação contempla filmes que evocam mitos ancestrais — majoritariamente de matriz indígena e afro-brasileira — abordando suas transformações, permanências e cruzamentos com a contemporaneidade. A proposta é reunir o público da RAM com a comunidade local, promovendo um espaço de troca de saberes, sensações e narrativas. Após a maioria das sessões, o público é convidado a permanecer para conversas e reflexões conduzidas pela equipe curatorial e convidados.
ABERTURA
👉 A sessão de abertura (domingo, dia 3/8), exibe quatro curtas-metragens e conta com a mediação dos curadores do Cinematógrafo, os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos.
⏰️ DOM, às 19h, no Cinema da UFBA:
CURTA 01 – A menina e o Pote
Dirigido por Valentina Homem. Animação, 12min. Brasil. 2024.
SINOPSE: Em um mundo distópico, uma menina quebra seu pote de cerâmica que guarda um segredo dentro dele. A quebra do pote abre portais para um universo paralelo.
CURTA 02 – Fè Mye Talè
Dirigido por Henrique Lahude e Alix Georges. Drama, curta, 16 min. Brasil. 2018.
SINOPSE: Em 1791, uma cerimônia vodu marca o início da revolução negra que tornaria o Haiti o primeiro país independente da América e o primeiro a abolir a escravidão. Phenite emigra para o Brasil onde, entre o passado e os sonhos, ela tenta encontrar sua liberdade.
CURTA 03 – Abigail
Dirigido por Valentina Homem, Isabel Penoni. Curta, Documentário, Drama, 16min. Brasil. 2016.
SINOPSE: Abigail Lopes une os pontos de um mapa humano que conecta indigenismo e candomblé.
CURTA 04 – Osiba Kangamuke: Vamos lá criançada
Dirigido por Haya Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro e Veronica Monachini de Carvalho. Documentário, curta. 20min. 2017.
SINOPSE: Produção coletiva entre cineastas indígenas e não-indígenas. O curta é resultado de uma oficina realirealizada com as crianças Kalapalo.
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A primeira edição do evento aconteceu em Porto Alegre, na UFRGS, e contou com uma exposição, conferências mostra de filmes, agora, trazida para Salvador, com a parceria do Circuito de Cinema Saladearte e do Cinematógrafo.

Promover a reflexão e o diálogo entre academia e comunidade local
A programação mantém diálogo com a comunidade acadêmica — especialmente no campo das ciências sociais e humanas, mas procura ir além desse universo, valorizando e estimulando a participação de pessoas sem vínculo com a antropologia que queiram mergulhar, através do cinema, no imaginário sensível dos mitos e na lógica particular de suas narrativas. A proposta, portanto, é oferecer uma experiência que seja ao mesmo tempo acessível e instigante para públicos diversos, ampliando o alcance das reflexões. Para fortalecer esse intercâmbio, a maioria das sessões contará com debates após as exibições, abrindo espaço para trocas entre pesquisadores, estudantes e demais espectadores interessados.
Todas as sessões acontecerão na Saladearte – Cinema da UFBA, com entradas no valor único de R17,00 (dezessete reais). Para a Comunidade UFBA, formada de estudantes professores e funcionários da Universidade, a entrada custa RR$ 9,00 (nove reais).


