Desafiador, o filme de 1976 enfrenta bem o tempo, misturando estranheza abstrata e mística e reflexão sobre a condição humana. Às segundas, 20h45, no Cine Daten (Paseo)
A primeira performance de David Bowie no Cinema; trilha sonora escrita por John Phillips, do The Mamas and the Papas; baseado em em um livro homônimo, clássico da ficção científica, escrito por Walter Tevis e publicado originalmente em 1963. Produção britânica dirigida pelo idiossincrático diretor Nicolas Roeg, que dirigiu a fotografia de Fahrenheit 451, de François Truffaut.
Essas são algumas curiosidades sobre O Homem que Caiu na Terra, lançado em 1976. Mas o que torna o filme Cult (digno de ser cultuado!) é a sua aura desafiadora que atravessa as décadas, que concilia, para expressar a condição humana, a estranheza abstrata e mística com a reflexão sobre as relações entre o indivíduo e o mundo, o ser humano e a natureza (em todos os sentidos do termo).
O filme, a partir do emergente zeitgeist tecnológico, subverte a nova mitologia pop do extraterrestre: Bowie é Thomas Jerome Newton, um ser humanoide que vem à Terra em busca de água para salvar seu planeta natal. Ele é passivo, frágil e indefeso em um mundo hostil essencialmente corrompido pelo álcool e pela mídia. A incrível performance de Bowie se nutre de seus famosos personagens como Star Man e Ziggy Stardust que, um pouco como T.J. Newton, são alienígenas exilados em um mundo hostil e alienados de si mesmos, contestadores angustiados e vibrantes da sociedade e de seus mecanismos.
Imperdível! O Homem que Caiu na Terra é o filme do Cinematógrafo Cult de fevereiro, com sessões especiais às segundas-feiras, 20h45, na Saladearte Cine Daten, no Shopping Paseo Itaigara.
No Cult, não tem apresentação antes nem conversa depois. A ideia é promover um encontro particular entre cada um e aquele filme excêntrico, às vezes pouco conhecido, mas que ao long do tempo estabelece a sua pequena legião de fãs. Que essa legião aumente!