Em “A Anos-Luz”, a dialética entre a utopia e a sua negação – tema caro a Tanner – retorna, aludindo ao mito de Ícaro e expressando a inquietude humana em relação com o elã essencial de viver. Sessão única, sábado, dia 29 de janeiro, às 16h, no Cine MAM.

Teaser:

📒 NOTA DOS CURADORES

O cineasta suíço Alain Tanner já passou pelo Cinematógrafo com o provocativo “Jonas Que Terá Vinte e Cinco Anos no Ano 2000” (1976). Neste “A Anos-Luz” (Les années lumière, 1981), a dialética entre a utopia e a sua negação – tema caro a Tanner – retorna, aludindo ao mito de Ícaro e expressando a inquietude humana em relação com o elã essencial de viver.

Jonas (Mick Ford) é um jovem solitário que encontra Yoshka (Trevor Howard), um homem tido como louco, que acolhe o jovem como um discípulo. Jonas deverá passar por provas e trabalhos se quiser conhecer o segredo de Yoshka.

Yoshka alimenta um sonho: o mítico sonho do vôo humano. O filme traduz esse impulso como uma metáfora da potência humana de superar as imposições limitantes de um cotidiano insípido. Com lirismo e leveza narrativa, “A Anos Luz” convida a uma viagem de iniciação aos mistérios da vida, iluminados quando convencionalismos são postos de lado pelo movimento próprio do desejo e do sonho.

Os mistérios da vida são, sugere-se, inerentes ao cotidiano, ou se situam ali, apenas um pouco mais além. O elã humano de ir a lugares inauditos, o afã de projetos irrealizáveis, o sonho em torno de objetivos inalcançáveis, são todos temas substanciais e aludidos no filme.

Pessimismo e vontade se fundem em um fluxo de energia que atravessa a experiência da vida. Jonas anseia pela experiência de conhecer, Yoshka quer voar. “A Anos-Luz” espelha, enquanto cinema, esses elãs substanciais da existência e convoca o “espectador implícito” em nós a tomar parte nessa viagem de iniciação.

POR FABRICIO E MEL, cineastas e curadores do Cinematógrafo


O CINEMATÓGRAFO

A nossa programação é mensal, com diferentes ações que incluem mostras de grandes nomes do cinema, programas inclusivos para crianças, sessões Cult e de Comédia, além do Cinematógrafo, esta sessão, a sessão raiz voltada para filmes contemporâneos que evoquem assuntos do mundo contemporâneo, ligados à arte, à política e à vida mesma.

O nosso esforço é o de incentivar uma relação de confiança e de descoberta entre o público e a curadoria, feita pelos cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos. Participem!

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