A sessão Cinematógrafo de agosto (dia 27, às 16h), exibe “O Declínio do Império Americano” (1986), ofilme do quebequense Denys Arcand, autor de “As Invasões Bárbaras” (2003), uma espécie de sequência do primeiro.

📌 Sessão única: SÁBADO, 27 de agosto, às 16h, na Saladearte – Cinema do Museu, Corredor da Vitória. Sessão seguida de roda de conversa.

O Cinematógrafo é uma iniciativa independente criada pelos cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, que acontece em parceria com o Circuito de Cinema Saladearte. A ideia é promover encontros de cinema, tornando os cinemas da Saladearte um espaço de encontro, de pensamento e diálogo crítico, expandindo as relações com os filmes propostos pela curadoria dos cineastas Camele e Fabricio.


📒 NOTA DOS CURADORES

… um tratado espirituoso e provocativo, não propriamente sobre sexo, mas sobre o significado do sexo na declinante civilização ocidental. – Por Mel e Fabricio

As civilizações, e o apogeu dos impérios que delas resultam, são transitórios, e seus inelutáveis declínios se revelam, primeiro, neles mesmos, no interior da vida social. Denys Arcand, diretor e roteirista quebequense, parte dessa tese histórica para, em “O Declínio do Império Americano” (1986), traduzir com graça, ironia e reflexões filosóficas, a crise da modernidade, vista como declínio civilizacional que se expressa na vida individual, sobretudo sexual, de um grupo de professores e intelectuais que conversam sobre o mundo contemporâneo.

Primeiro, mulheres conversam entre elas e os homens, entre eles. Depois, todos, casais e amigos, se reúnem numa casa de campo. As conversas, então, exigem novos tons, até que uma frase faz eclodir a tensão: os tumultos dos desejos e os pecados inconfessos emergem, interferindo nos pactos das ilusões afetivas intimamente ligadas às desilusões políticas de uma época.

Prenúncios das invasões bárbaras que marcam toda queda imperial, os anseios individuais – a felicidade, os impulsos sexuais, a derrocada das grandes referências – aparecem como pano de fundo de uma grande crise da modernidade, alegorizada no filme posterior “As Invasões Bárbaras” que, dezessete anos depois, retoma os mesmos personagens para refletir, diante da morte de Rémy, a elegia nostálgica de uma geração apaixonada por suas ideias, já sem lugar.

“O Declínio do Império Americano” mostra a transferência dos interesses sociais para a conflituosa busca de prazeres individuais, que oscila entre a libertinagem e a sagacidade, o autoengano e a retórica narcísica, compondo, de uma perspectiva intelectual, um tratado espirituoso e provocativo, não propriamente sobre sexo, mas sobre o significado do sexo na declinante civilização ocidental.


O CINEMATÓGRAFO

A nossa programação é mensal, com diferentes ações que incluem mostras de grandes nomes do cinema, programas inclusivos para crianças, sessões Cult e de Comédia, além do Cinematógrafo, esta sessão, a sessão raiz voltada para filmes contemporâneos que evoquem assuntos do mundo contemporâneo, ligados à arte, à política e à vida mesma, com sessões seguidas de conversa, no Café do Cinema do Museu, conduzida pelos curadores.

O nosso esforço é o de incentivar uma relação de confiança e de descoberta entre o público e a curadoria, feita pelos cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos, e expandir as relações com o cinema a partir de cada filme apresentado, tomando o cinema como instância de fruição, pensamento e crítica, além de uma espaço de encontro, formação e diálogo crítico. Participem!

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