“Nostalgia da Luz” e “A Cordilheira dos Sonhos”, de Patricio Guzmán, têm sessões especiais no Cinema da UFBA, nas noites de 31/3 e 1/4

Em comemoração à reabertura da Saladearte – Cinema da UFBA, vamos ter lá duas sessões especiais do Cinematógrafo, nas noites de sexta (31) e de sábado (1), ambas às 20h10. As sessões acontecem em dias simbólicos, que se remetem ao Golpe de 1964 no Brasil.

Patricio Guzmán é um premiado cineasta chileno exilado, que se expressa, afinal, de um lugar profundamente latino-americano: o lugar da busca da origem, do anseio por uma história ancestral que se reconcilie com a história recente. Em seus filmes, ele projeta, através de suas próprias memórias, a memória política do país.

“Yo creo que la memoria tiene fuerza de gravedad. Siempre nos atrae. Los que tiene memoria son capaces de vivir en el frágil tiempo presente. Los que no la tienen no viven en ninguna parte”. (Patricio Guzmán, NOSTALGIA DA LUZ, 2010).

Cinema da UFBA:

SEXTA, 31/3, às 20h10:

NOSTALGIA DA LUZ (1h30min, 2010)

SINOPSE: Guzmán vai ao deserto do Atacama, o lugar mais seco do mundo onde se instalaram os maiores telescópios para a observação do espaço. Enquanto astrônomos tentam decifrar os enigmas do cosmo, as mulheres de Calama buscam restos mortais de seus entes queridos, mortos pela ditadura de Pinochet. Uma das mulheres reflete: “Gostaria que os telescópios não olhassem só para cima. Que olhassem para baixo e, atravessando camadas de terra, nos pudessem dizer, finalmente, onde eles estão (nossos mortos).” O filme é um ensaio poético que mistura história e astronomia, autobiografia e divagação sobre a vida e o cosmo, para falar dos desaparecidos políticos durante a ditadura chilena.

SÁBADO, 1/4, às 20h10:

A CORDILHEIRA DOS SONHOS (1h23min, 2019) – sábado, dia 1° de abril, às 20h10.

SINOPSE: terceiro filme de uma trilogia que começa com “Nostalgia da Luz”. Aqui, são os Andes a testemunha impávida de um Chile que oscila entre consciência histórica e o esquecimento. A Cordilheira, que guarda segredos ancestrais e do tempo presente, é uma metáfora para pensar o Chile.

Os dois filmes de Guzmán (autor do célebre “A Batalha do Chile”) compõem um painel reflexivo que diz respeito à história e memória da latinoamérica! A partir do Chile, estaremos a pensar em nós!

Sessões únicas!