O Cinematógrafo de junho (sáb, 29) apresenta “O Abraço da Serpente”, do diretor colombiano Ciro Guerra. O filme não nos fala somente da Amazônia e seus mistérios, mas de um desencontro ontológico entre índios e brancos que buscam se encontrar.
O Cinematógrafo de junho apresenta “O Abraço da Serpente”, do diretor colombiano Ciro Guerra. O filme não nos fala somente da Amazônia e seus mistérios, mas de um desencontro ontológico entre índios e brancos que buscam se encontrar.
“O Abraço da Serpente” (2015) é um filme sobre extinção no sentido em que essa palavra se liga às palavras destruição e extermínio, tanto de corpos quanto das identidades indígenas das culturas amazônicas. Mas o filme é também sobre um choque cultural profundo entre o branco e o índio mediado pela selva.
Baseado nos diários de dois exploradores europeus, os segredos e os mistérios amazônicos compõem um leitmotiv inusual: entre o passado e o presente, a jornada em busca de uma planta com propriedades místicas, um explorador pioneiro e febril em busca da cura, um outro explorador em busca das descobertas do antecessor e de suas próprias autodescobertas, um xamã a guiar a experiência fora do tempo e percorrendo uma espacialidade mágica, misteriosa e exuberante, porém sem as cores da selva. A proposta estética do diretor Ciro Guerra e do diretor de fotografia David Gallegos nos revela um mundo em preto e branco para que, explicam eles, as cores da floresta não desloquem a potência do filme. Realmente, a fotografia em preto e branco não deixa que a exuberância da selva nos arrebate de forma predominantemente visual, embora o filme seja visualmente impressionante!
Cinematógrafo de junho: sábado, 29, às 16h30, na Saladearte – Cinema do Museu, na Vitória.
O Cinematógrafo acontece mensalmente, todo último sábado do mês, na Saladearte – Cinema do Museu. Os filmes exibidos são de temáticas e formas variadas e as sessões são seguidas de rodas de conversas. A curadoria é dos cineastas e pesquisadores Camele Queiroz e Fabricio Ramos.