“Nostalgia da Luz” (2010), do diretor chileno Patricio Guzmán, mistura história e astronomia para falar sobre os desaparecidos políticos no Chile.
Trata-se de um filme-ensaio, um tipo híbrido de cinema que mistura investigação, autobiografia, poesia, documentário, divagação e até drama.
“Nostalgia da Luz” se passa no deserto do Atacama, no norte do Chile, o local mais seco do planeta. Lá, astrônomos, arqueólogos e mulheres – no início, elas eram um grupo de cinquenta mulheres, depois, não mais que dez porque envelheceram e, com o tempo, vão morrendo – procuram no espaço, na terra e na areia, rastros de estrelas mortas, vestígios de passados remotos e restos de homens e mulheres assassinados pelo regime de Pinochet que foram enterrados ou jogados de helicópteros militares, se não no mar, na imensidão desse deserto desolado.
O passado da América parece saltar aos olhos na aridez do deserto – os antropólogos se servem do ar fino, frio, seco, que mumifica restos humanos e preserva desenhos e objetos, para estudar as populações que cruzaram os rios de pedra três mil anos atrás. Ali também, parentes de presos políticos se servem de pequenas pás de jardinagem para vasculhar a areia em busca de fragmentos de ossos do filho, do marido ou do irmão, mortos ali, enterrados ali, desenterrados e jogados no mar ou num outro ponto do deserto, quarenta anos atrás.
No Cinematógrafo, às 16h30, na Saladearte – Cinema do Museu. Concersa após a sessão! Versão legendada em português.
Leia texto de José Carlos Avellar no site do IMS: clique aqui.
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“Nostalgia da Luz” (2010), do diretor chileno Patricio Guzman, mistura história e astronomia para falar sobre os desaparecidos políticos no Chile.
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