O Cinematógrafo Cine Cineasta apresenta na primeira semana de outubro os dois filmes que encerram o ciclo dedicado à cineasta Agnès Varda. As sessões são na noite de quarta (2) e na manhã de sábado (5), na Saladearte Cinema da UFBA.

AS PRAIAS DE AGNÈS (2008)

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Quarta (2/10), às 19h20, na Saladearte da UFBA.

“Se você abrir uma pessoa, irá achar paisagens. Se me abrir, irá achar praias”. Na areia de uma praia, Agnès Varda dispõe espelhos que refletem o mar e também seu rosto – ponto de partida para uma viagem autobiográfica em que se alternam documentário e ficção. “É uma idéia engraçada, entrar em cena, filmar um autorretrato quando se tem quase 80 anos”. A ideia surgiu um dia na praia em Noirmoutier (onde ela filmou, em 2006, Quelques Veuves de Noirmoutier). “Percebi que outras praias tinham marcado a minha vida. As praias se tornaram um pretexto e sequências do filme. Eu queria passar para meus parentes e conhecidos algumas histórias e algo de meu trabalho ao longo de minha jornada de vida. E mais, queria voltar o espelho para os outros, para aqueles que me formaram, aqueles que conheci, as pessoas que amei.”

Sobre o filme:

“Através das praias, ela atualiza seu passado, a infância em Bruxelas, a juventude no Mediterrâneo, para onde sua família se mudou durante a Segunda Guerra, o período como fotógrafa, o casamento com Jacques Demy, o feminismo, as viagens. Com entrevistas, fotografias, reportagens e trechos de suas obras, tudo empregado como uma espécie de álbum de família, Varda monta um ensaio sobre sua vida e obra. Uma tentativa exploratória e aberta de compreender retrospectivamente as formas em que sua vida e seu cinema evoluíram juntos, de maneira indissociável, organicamente. (…)

“As Praias a dimensão ensaística do documentário de Varda surge como um exercício de pensamento, como lugar e meio de uma reflexão sobre o tempo, a imagem e o cinema.

(…)”A maior alegria, porém, é o espírito lúdico com o qual Varda anima os que estão ao seu redor, incluindo nós, espectadores, e o seu próprio filme. Com um bom humor e uma curiosidade intransigentes, ela compartilha cada descoberta e pequenos momentos de prazer e tristeza. Difícil não ser seduzido. ”

[De Julio Bezerra, Revista Cinética]

UMA CANTA, A OUTRA NÃO (1977)

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Imagem divulgação – Um Canta, a Outra Não

Sábado (5/10), às 10h, na Saladearte da UFBA.

Um Filme de sensível atualidade:

“Uma canta, a outra não”, de 1977, sintetiza muitos pontos centrais à abordagem de Varda sobre a mulher. Os temas são atuais, mas tão atuais, que o filme poderia ser lançado hoje! Expressando uma concepção de “feminismo plural” que atravessa toda a obra (e vida) da diretora.

A um só tempo divertido e reflexivo, a história de duas amigas – uma de sensibilidade mais progressista e outra mais conservadora, por assim dizer – revela a genialidade de Agnès Varda que, embora tenha sido precursora da Nouvelle Vague e dona de uma expressão própria e contundente tanto estética quanto politicamente, somente mais recentemente veio ocupar o lugar devido de uma das mais perspicazes e talentosas mentes da história do cinema.

SINOPSE:

Duas jovens vivem em Paris, em 1962: Pauline, 17 anos, é estudante e sonha em largar sua família para virar cantora. Suzanne, 22 anos, ocupa-se de seus dois filhos. Elas se separam e, cada uma de sua parte, continuam sua batalha diária. Elas se reencontram dez anos depois, numa manifestação feminista. Suzanne trabalha num escritório de planejamento familiar e Pauline tornou-se cantora. O destino irá uni-las novamente mais tarde, em 1976, quando elas já terão experimentado a frase de Simone de Beauvoir que conclui os créditos do filme: “Mulher não se nasce, torna-se.”

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