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Há graça, crítica e drama no filme de Eugène Green que é assunto do 13º Encontro do Cinematógrafo, neste sábado, às 16h.

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Marie e Joseph conversam, após uma sessão de cinema, sobre “O Deserto Vermelho” (Il Deserto Rosso, 1964, de Antonioni). Ela diz: “filmes daquela época sempre nos dão esperança. Mesmo quando o tema é grave. Eu preciso de esperança para ordenar a vida. Hoje em dia as pessoas parecem se revoltar em desespero.” Joseph completa: “ou em cinismo. Elas nem sequer percebem o seu desespero” (…)

Os filmes de Eugène Green não são nada herméticos, mas valorizam as referências culturais da vasta tradição ocidental. Seus filmes, de estilo anti-naturalista, abordam questões da arte, da cultura e, quase sempre, misturados à experiência do sagrado. Para Green, as artes, se capturadas pelo elitismo, perdem o sentido. Arte é constituinte do humano e sua função é transformar a sensibilidade, ainda que através de uma pequena epifania, de impacto transcendente.

Assim acontece com Vincent em “O Filho de Joseph” (2016). O garoto amargo vive com a mãe uma relação conflituosa e anseia descobrir a identidade de seu pai. Um quadro de Caravaggio, “O sacrifíco de Isaac”, o inspira a agir e a visão fortuita de uma luz durante um momento de tensão o impacta e, talvez, o transforme.

Os maravilhosos filmes de Eugène Green, a exemplo daqueles que exibimos no Cinematógrafo na Saladearte (“A Religiosa Portuguesa” e “A Ponte das Artes”), sempre têm um tom! Um tom que nos convoca a um estado único para acompanharmos seus périplos barrocos pelos mundos da Arte, da Pintura, da Música, da Arquitetura, atravessados pela religiosidade e com momentos de humor.

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Em “O Filho de Joseph”, tudo isso está lá, mas nele o humor se manifesta com mais frequência. O que não reduz a intensidade do drama. A concepção de cinema de Green, por sua simplicidade profunda e atemporal anacronismo, torna seus filmes bonitos e expressivos dando-nos a fascinante sensação de estarmos diante de uma joia preciosa que transcorre no tempo.

Vamos conversar sobre o filme neste sábado (23), no 13º Encontro Virtual Saladearte Daten e Cinematógrafo, que começa às 16h. O filme pode ser visto na Plataforma Looke.com.br, gratuitamente, mediante cadastro.

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