Gravação do 19º Encontro:
O 19º Encontro Virtual do Cinematógrafo e Saladearte Daten, nesta quarta (17), às 19h30, é sobre “Depois da Chuva” e contará com as participações especiais dos diretores Cláudio Marques e Marília Hugues!

“Depois da Chuva”, de 2013, primeiro longa dos cineastas baianos, se passa no período de abertura política do país e da euforia democrática das Diretas Já, mostrando Salvador de uma perspectiva própria.
Para ver o filme, acesse: Filme “Depois da Chuva”.
NOTA DOS CURADORES DO CINEMATÓGRAFO
Um encontro de tempos: “Depois da Chuva” foi pensado e realizado na década de 2010 e ambienta a sua história no período de abertura política no Brasil de 1984/85. A sua estreia, em 2013, coincide com o ano em que irromperam as jornadas de junho, fenômeno que marca um ponto de inflexão dramático no cenário político do país. Agora, em 2020, em que um governo de todo disruptivo ameaça a “ordem democrática”, nós vamos conversar sobre esse filme cujo drama essencial é contemporâneo dos últimos trinta anos da história política e sensível do país.
Caio (Pedro Maia) é um estudante de 16 anos, poeta e artista que curte punk rock e tem inspirações anarquistas que, em meio à euforia democrática da abertura política e das Diretas Já, mistura aos discursos e utopias herdadas a desconfiança e a rebeldia que o afasta dos colegas e lhe traz problemas disciplinares na escola, mas o aproxima de seus amigos ativistas mais velhos e de Fernanda (Sophia Corral), vivendo as incertas descobertas do amor ao mesmo tempo em que sofre carências afetivas familiares.
A morte de Tancredo Neves em 1985, que entra no filme através das imagens do noticiário real da TV, sugere um sentimento de luto simbólico que contrasta com o espírito de renovação da esperança democrática. De modo similar, Caio e seus amigos desconfiam da euforia daqueles dias e vivem no seu cotidiano as tensões e contradições que enlaçam as suas próprias vidas aos intensos anseios de transformação política para além dos discursos e das lutas pelo poder.
“Depois da Chuva” aborda um período pouco apreciado no cinema brasileiro e escolhe fazê-lo mostrando uma Salvador de um modo muito próprio. Quem conhece a cidade e a vida da cidade a reconhece e se vê nela, mas aquelas ruas poderiam ser também a de qualquer outra cidade em que a angústia juvenil encontra os desafios íntimos e existenciais que dão a forma da política em seu próprio tempo e lugar.
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O Cinematógrafo é uma ação dos cineastas Fabricio Ramos e Camele Queiroz em parceria com o Circuito de Cinema Saladearte.
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OS ENCONTROS SALADEARTE DATEN e CINEMATÓGRAFO
Enquanto as sessões do Cinematógrafo no Circuito de Cinema Saladearte estão suspensas por conta do distanciamento social imposto pelo coronavírus, a Saladearte Cine Daten, junto com os curadores do Cinematógrafo – os cineastas Camele Queiroz e Fabricio Ramos – vão promover encontros virtuais para conversar sobre filmes que serão propostos e podem ser vistos online.
A cada semana, os curadores indicarão nas redes sociais do Cinematógrafo e do Circuito Saladearte um filme para ser visto online, em casa! Os bate-papos virtuais sobre os filmes acontecem sempre aos sábados (16h) e às quartas (19h30), na plataforma Google Meet, com mediação dos próprios curadores. A dinâmica é participativa.
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